top of page
FotoValeriaMendes_edited.jpg

Valéria Mendes

O fator principal de uma linguagem artística é agregar valor aos âmbitos pessoal e profissional tanto do artista quanto do público. As artes visuais representam o mundo real ou imaginário, para tanto, baseiam-se na visão como forma de avaliação e compreensão. Elas fazem parte da vida cotidiana, e todas as suas formas têm o poder de expandir a capacidade perceptiva humana.

O meu trabalho está conectado ao pensamento de Aristóteles que concebe a arte como “imitação da realidade da vida”. Devido à grandeza e complexidade, diversos são os ramos da criação artística. Por tal razão, meu processo transita entre as possibilidades criativas existentes, dentro de minha condição socioeconômica, para dizer sobre a grandeza de Deus e a forma que, por nossa inferioridade, o colocamos diante de nós e dos outros. Formalmente, minha arte baseia-se na busca da expressão da natureza presente na pintura renascentista. Por isso, trabalho com o claro/escuro, técnica que me auxilia na representação visual da realidade.

Este foi o início de tudo: Durante meu bacharelado em Artes Plásticas na Universidade Federal de Uberlândia, curso que concluí em 2011, experimentei muita dor emocional porque me colocava frente a resultados cujas origens eu não compreendia. Hoje, percebo que naquela época a arte já era para mim uma busca pela autocompreensão frente ao mundo, bem como uma compreensão de um Deus de bondade fecunda e infinita.

O meu processo se constrói até o momento final em que é instalado. Pode começar, como ocorreu em meu TCC, com uma impressão em um jornal das missas de domingo, previamente recolhido em várias igrejas por um período de 6 meses, todas as segundas, e terminar com uma instalação, em espaço fechado, pela necessidade que eu sentia de levar o expectador a entrar no meu espaço; de ouvir, pois havia um áudio camuflado, era o burburinho captado dentro da igreja durante a missa, sob pilhas de jornais jogados estrategicamente pela sala. Tudo isso aconteceu após a escrita. Apresentei o texto como impressão bidimensional, mas o trabalho finalizou-se como uma instalação. Até mesmo nesse momento houve o predomínio do claro/escuro. A iluminação da instalação consistiu em duas velas acesas posicionadas nas extremidades de um genuflexório em miniatura. No centro dessa réplica foi colocado a impressão realizada em um dos folhetos, onde podia-se ler apenas “Pai, tende piedade de nós”.

Atualmente possuo certa clareza graças à trajetória já percorrida, mas não posso adivinhar o que vai acontecer com o meu trabalho no dia de amanhã. Por isso vivo o meu hoje... reinterpretando fotografias com temas retirados da natureza, imagens que nos mostram o esplendor de Deus ao nos presentear todos os dias com um mundo maravilhoso, cheio de coisas belas e que está se tornando raro, devido ao descuido com as obras do maior artista de todos os tempos.

 

Reconheço minha pequenez ao me atrever a retratar pictoricamente a obra de fotógrafos sensíveis, mas essa é minha contribuição para manter vivo esse amor de Deus à humanidade.

Autoria: Valéria Mendes

Edição: Samuel Graças

bottom of page