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Giovana Kleinman

Uma semente cuidadosamente colocada em um punhado de terra. Esperança, cuidado e atenção: crescimento. A carioca Giovana Kleinman nos presenteia com seu florescer, não apenas pela expressão plástica em suas telas, mas também pelo pulsar de juventude atrelado à sua arte. Com seus quinze anos, a artista produz um trabalho marcado por alusões que ressignificam sua presença no mundo, ao mesmo tempo que tecem diálogos individualizados com o histórico imagético de cada observador.

 

Sua trajetória artística é curta, porém marcante, marcada por uma condição de saúde que absolutamente nenhuma pessoa deveria viver. Ela viveu. Uma anorexia que a acamou durante oito meses. Nesse momento delicado, teve a preciosa ideia de utilizar a arte como parte do processo terapêutico. Incentivada pela mãe, ainda no hospital, deu início ao seu perfilar artístico: pinturas de cunho realista inspiradas em seu próprio momento, em sua leitura do mundo, em seus olhares. Um espaço pictórico que funciona como espelho de uma imagem gravada na memória, sujeita às tão naturais alterações do tempo, da vida. Cenas registradas que transcendem a própria tela, possibilitando uma grande experiência. Autodidata, Giovana traz como grandes referências Frida Kahlo e Van Gogh.

 

As obras da jovem artista são intensas, provocam à reflexão sobre o tempo, a vida, o olhar. Ao analisar seu caminhar criativo, fica evidente a constância ao manusear pincéis, telas, tintas, lápis e borracha. Importante destacar a pintura “Floresça”, quadro que, segundo Giovana, reflete a difícil época em que esteve internada. Ao pintá-lo, Giovana Kleinman percebeu a necessidade de florescer e sair daquela fase, buscando por forças para alcançar uma vida mais saudável e feliz. A obra conta com uma composição expressiva centrada na existência de um corpo incompleto, em faltas, todavia, com flores, fazendo jus ao florescer, ao brotar, à grandeza da renovação. Outra obra de fundamental destaque é a “Estarei Sempre Aqui”, onde é ressaltada a importância da família ao apresentar um filhote de tigre com a mãe. O filho dorme, a mãe vigia. Afetos, mostrando o quão essencial sua mãe foi, e com certeza ainda é, em seu caminho de cura e cuidado.

 

A artista visual Giovana Kleinman floresce em comunhão às suas obras, reconstruindo com tela e tinta sua própria história. Ela ensina que idade é apenas um número e que o primor artístico transcende perspectivas etárias. Ao florescer, Giovana agracia-nos com sua maturidade e com sua potência criadora que, em maio deste ano, juntaram-se ao “frio na barriga” de participar de sua primeira exposição, a mostra “Lugares Existenciais”.

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