Denilce Meirelles
A bola sobe e é atacada. Por vezes, bloqueio. Por outras, ponto. A bola sobe e é atacada. Antes, o libero fez a defesa, o levantador bota para o atacante que altera o placar. Assim como em um jogo, na vida são necessárias várias tentativas até alcançar o match point. Assim foi com Denilce Meirellles, ex-jogadora de vôlei que construiu seu caminho com a força de quem possui um desejo inabalável. Antes dos pincéis, a artista fez do esporte sua arte. Ela já desejava as tintas e a tela, porém, uma série de eventualidades, incluindo o falecimento da mãe, foi determinante. Seu curso foi sendo alterado para longe, inclusive geograficamente, pois Denilce teve de deixar o Rio de Janeiro para viver com os tios em Minas Gerais.
Mais tarde, ao retornar ao Rio, a artista trabalhou em uma loja em que exercia diversas funções, dentre elas, a criação de acessórios. Tal atribuição instigou-a a voltar-se aos estudos, ela, então, matriculou-se em desenho de moda. Nessa fase, Denilce já via-se fazendo arte e sendo reconhecida por isso. Uma de suas criações de maior destaque foi uma mala de viagem de emborrachado e couro, peça que posteriormente foi produzida e comercializada pela loja Chomp. Findado seu ciclo profissional na loja onde trabalhava, Denilce Meirelles criou sua própria fábrica.
Nas artes visuais, a artista busca a felicidade na construção de sua obra. Iniciou desenhando paisagens e casarios, passou por fotografias e rostos, atualmente seu pendor temático gira em torno dos conceitos de felicidade, seres humanos e o sagrado. Sua pintura, feita à base de tinta óleo, já foi exposta em espaços como: 25 Circuito das Artes do Jardim Botânico, coletiva realizada no Rio de janeiro em agosto de 2023; individual "A Arte Como Profissão", exibida no espaço EMNaturalista, em maio de 2023 no Rio de Janeiro; Salão Internacional do Carrossel do Louvre, mostra parisiense acontecida em outubro de 2023.
Denilce Meirelles é a insistência do que é para ser. O que não se evita e nem muda. Sua história é a prova do quão tortuosos os caminhos podem ser, e mesmo assim, se houver força de vontade, por fim, eles tomam o sentido desejado. Da menina que brincava com as maquetes da mãe professora e viu seu caminho alterado diante do adeus às pausas de tristeza que aquietaram seus pincéis. Do câncer descoberto que mais uma vez silenciou as cores ao reconhecimento de sua arte em plena Paris.
Denilce é categórica ao afirmar:
- A arte cura! Nunca desista dos seus sonhos.
Sem dúvida, sua arte curou, cura e ainda há de curar muitos!